Com a crescente consciência das sociedades e dos mercados para o desenvolvimento sustentável, as organizações enfrentam hoje um novo conjunto de desafios para a sua prosperidade.
Em contexto:
1- De acordo com o referencial ISO 26000, a Responsabilidade Social é a responsabilidade assumida por uma organização pelos impactos das suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que, entre outros, contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem-estar da sociedade.
2- A Comissão Europeia, com a adoção, em Abril de 2021, da proposta para uma diretiva "Corporate Sustainability Reporting Directive" (CSRD) que altera os requisitos da diretiva "Non Financial Reporting Directive" (NFRD) e cujos drafts finais das normas para Relatórios de sustentabilidade foram já emitidos, trazem obrigações não só para as empresas abrangidas pelos requisitos mas também para todas as pequenas e médias empresas, seja pela via indireta da participação na cadeia de valor das grandes empresas, seja pela via direta da adoção das normas simplificadas para PME's per si.
Os Relatórios Não Financeiros, característicos da transição para uma economia sustentável, enquanto prática comum para as empresas de todas as dimensões, enquadram a identificação de impactos, riscos e oportunidades relacionados com as matérias Ambiental, Social e de Governação (ASG) a serem geridos.
3- A gestão do Risco Organizacional, consubstanciando os riscos conhecidos e os emergentes, deve ser tomada em consideração, como pensamento chave no desenvolvimento da estratégia e em todas as atividades de uma organização. É parte da governação e da liderança tendo em consideração os fatores que geram incerteza na prossecução dos objetivos.
4- Novos referenciais foram editados e outros ainda em discussão, que enquadram conceptualmente e definem linhas de Orientação/ação.
Em conclusão, embora dotadas de recursos mais limitados, as PME devem criar competências nestas matérias, por forma a aumentar a sua visibilidade a clientes, acesso a financiamento, investidores e outras partes interessadas. As PME devem identificar quais os fatores ASG que consideram mais relevantes ou materiais para as suas atividades e como estes podem afetar a sua estratégia e o seu desempenho, demonstrando a sua resiliência aos riscos e capacidade para explorar as oportunidades de mercado.
Alexandra Castro Alves